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IGREJA DE DEUS

Movimento Bíblico Congregacional

05 - Os 4 Cavaleiros e abertura do Sexto Selo! Capítulo 6

1 - E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê.

2 - E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.

3 - E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem, e vê.

4 - E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.

5 - E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer o terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança em sua mão.

6 - E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho.

7 - E, havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem, e vê.

8 - E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra.

9 - E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.

10 - E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?

11 - E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.

12 - E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue;

13 - E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.

14 - E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.

15 - E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas;

16 - E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;

17 - Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?


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O PRIMEIRO SELO: O Cavalo Branco (Apocalipse 6:1-2)

É um símbolo da prosperidade do Império Romano em sua idade áurea. A cor branca é símbolo de vitória. (Apocalipse 3:4-5; 7:9,13-14). Roma assumiu o domínio universal em 168 antes de Cristo, mas o seu período conhecido como “idade de ouro”, teve seu inicio já no final do primeiro século. O historiador Eduardo Gibbon, chama aos reinados dos cinco imperadores, Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio, de 96 A.D. a 180 D.C., “O período mais feliz e mais próspero de toda a história da raça humana.”

Outras informações acerca deste tempo relatam os fatos na seguinte ordem: “O século dos Antoninos marcou o apogeu do Império Romano. Nesse período, o Império atingiu sua maior extensão territorial, conheceu grande prosperidade econômica, paz interna e foi administrado de maneira eficiente. (História antiga e medieval, pag. 263 – José Jobson de A. Arruda).

O versículo 2 diz:

“E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer. Apocalipse 6:2.”

O arco é uma arma para lutar com uma flecha. Mas o cavaleiro do cavalo branco estava com um arco sem flecha. Isso indica que a flecha já foi atirada contra o inimigo para destruí-lo, e a vitória foi obtida para o estabelecimento da paz. Essa situação se harmoniza de modo perfeito ao que se passou em Roma. Não é dito que este cavaleiro recebe uma flecha para lutar, e mesmo assim ele “saiu vencendo e para vencer”.

“Quando João escreveu o Apocalipse, o Império Romano entrava em sua idade áurea, quando seu poder chegou ao ponto máximo, e a paz universal imperava dentro de suas fronteiras.” (Manual Bíblico pg. 628).

Mas a exemplo de Babilônia, Roma haveria de cair, não somente pôr sua soberba e opulência, mas também pôr seu ódio e inimizade contra DEUS. Na abertura dos demais Selos, veremos como DEUS começou a exercer o seu juízo sobre o Império Romano, a fim de destruir com este Reino pecador.

O SEGUNDO SELO: O Cavalo Vermelho (Apocalipse 6:3-4)

A Guerra – Cem anos de guerra Civil dentro do Império Romano. A cor vermelha na profecia é significado de derramamento de sangue: Isaías 63:1-6. Espada indica matança: Isaías 34:5-6; 66:16; Jeremias 25:31; 50:35-37; Ezequiel 21:28.

A expressão “para que os homens se matassem uns aos outros” parece ser referência a Guerra Civil: Êxodo 32:27-28. E foi exatamente isto que aconteceu no governo romano após a idade áurea do Império. Este período é mencionado na história como “anarquia militar” e é o cumprimento do segundo Selo.

No período entre 200 e 300 D.C., mais de cinquenta homens reivindicaram o trono para si, e em vez de terem no governo autoridades enérgicas que executassem as leis do Império, combatiam-se mutuamente, querendo cada qual ser o Imperador. Nessas guerras, cem anos de guerra civil, e no que sempre acompanha uma guerra prolongada - fome e morte – o Império Romano perdeu mais da metade de sua população, e começou a descambar para a ruína.

Segue-se longo período de desordens, os Imperadores de então somente se mantinham [...]


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no poder à custa das armas, O assassinato tornou-se rotina. Cada exército pretendia fazer Imperador seu comandante. Vinte e cinco Imperadores se sucederam no período de 94 anos (século III). (História Geral pg.133 – Julierme).

Fatos ocorridos neste período nos mostram a exatidão da Profecia: Depois dos Antoninos, Roma entrou em decadência. A guarda pretoriana e a soldadesca das legiões faziam e desfaziam Imperadores.

Dentre os numerosos soberanos desta época, alguns raros se distinguiram por vitórias militares: o mais notável foi Severo Alexandre, que tinha boas qualidades e animou as letras, a indústria e a agricultura. A anarquia militar aumentou depois da morte de Severo Alexandre, assassinado como seus dois predecessores. Cada exército tinha seu candidato a Imperador e as violências e assassinatos eram frequentes. (Historia Geral pg.130 – Joaquim Silva e J. B. D. Penna).

Antes de Severo Alexandre notou-se o cruel e desequilibrado Caracala que, apesar dessas péssimas qualidades, construiu famosas termas e deu cidadania a todos os homens livres (pelo edito de 212, medida importante que acabou de unificar esse vasto Império).

Caracala fez perecer milhares de pessoas e matou nos braços de sua mãe o próprio irmão. Acabou assassinado, quando tinha apenas 24 anos. A Caracala sucedeu Heliogábalo, louco e devasso, autor de crimes horríveis e que também acabou assassinado pelos soldados. (História Geral pg.132 – Joaquim Silva e J. B. D. Penna). Em seguimento a idade de ouro representada no Cavalo Branco, vemos um período de guerras civis, cujos efeitos abalaram o Império e reduziram consideravelmente seu potencial. É a cavalgada do segundo cavaleiro.

TERCEIRO SELO: O Cavalo Preto (Apocalipse 6:5-6)

A Fome, uma das consequências da guerra civil. A fome e a escassez na Bíblia são representadas pela cor preta: (Lamentações 4:1-9).

Os alimentos vendidos a peso trazem o mesmo significado: (Levítico 26:26 – Ezequiel 4:16-17).

No tempo do Profeta Elizeu houve uma grande fome em Samaria, e certas mercadorias eram vendidas a peso: (II Reis 6:25).

O comentário de rodapé, sobre (apocalipse 6:6), da versão revisada de Almeida diz: “Um queniz, medida de cerca de um litro, por um denário, que valia um dia de trabalho, indicava grande escassez do artigo”.

A fome é uma consequência da guerra, e ambas são juízos de DEUS exercido sobre os ímpios. Quando José interpretou os sonhos de Faraó, afirmou: “O que DEUS há de fazer, mostrou-o a Faraó. Vêm sete anos de fartura em toda a terra do Egito. Depois deles levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra. Não será conhecida a abundância na terra, pôr causa daquela fome que seguirá, porque será gravíssima. Ora, o sonho de Faraó foi duplicado porque esta coisa é determinada por DEUS, e ELE se apressa a fazê-la. (Gênesis 41:28- 32).


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Depois de uma era de luxo e prosperidade, o Império Romano experimentou tempos amargos: No interior do próprio Império havia muitos problemas, com cidadãos descontentes devido às altas taxas de impostos cobradas, e mesmo os funcionários do governo já não eram mais tão eficientes e honestos. Uma enorme população de escravos significava sempre ameaça constante de rebelião. O comércio e a agricultura também declinavam. (Enc. Do Estudante – ed. Abril Vol.4 pg. 1228).

Não conseguindo dinheiro com a cobrança de impostos, o Estado passou a emiti-lo. Agora havia dinheiro, mas não havia produtos suficientes para comprar. Quem tinha produtos aumentava os preços, pois não faltavam compradores. E com isso subiam os preços de todos os produtos muito mais do que o aumento dos salários. Era a inflação, um fenômeno bem antigo, como se vê. Com a inflação o dinheiro valia cada vez menos e as pessoas compravam pouco. (História Antiga e Medieval pag. 284 – José J. de A Arruda).

A expressão não danifique o azeite e o vinho, podem ser assim compreendidas: “O azeite e o vinho são para o prazer do homem: (Salmos 104:15). Em épocas de guerra eles se tornam preciosos e não devem ser danificados.

Parece indicar o nível de vida em que o luxo é abundante, ao passo que os gêneros de primeira necessidade se vendem a preços de fome, talvez significando que os grandes tinham fartura, enquanto o comum do povo vivia em penúria. (Manual Bíblico pg. 628).

QUARTO SELO: O Cavalo Amarelo (Apocalipse 6:7-8)

A Morte é consequência imediata dos “quatro juízos de DEUS”; a fome, os animais selvagens, a espada e a peste: (Ezequiel 14:12-23).

Tais como Ezequiel estes juízos de DEUS aparecem no quarto selo, trazendo a morte sobre a quarta parte da Terra. No segundo selo vemos a guerra ou espada, na abertura do terceiro a fome, e o quarto, por sua vez, os menciona juntos ao lado da peste e das feras. “As guerras civis do Império Romano foram seguidas de um aumento enorme de animais ferozes.” Os mortos pelas feras da terra, referem-se aos mortos pela mão disciplinadora de DEUS.

(Êxodo 23:28; Levítico 26:22; Números 21:6; ver ainda II Reis 2:24 e 17:25; Jeremias 50:38-39):

“Enviarei vespas adiante de ti, que lancem fora os hebreus, os cananeus e os heteus de diante de ti.”

“Envia animais selvagens contra vós, os quais vos desfilharão, acabarão com o vosso gado, e vos reduzirão a tão poucos que os vossos caminhos se tornarão desertos.”

“Então o SENHOR enviou contra o povo serpentes venenosas, que os picavam, e morreu muita gente de Israel.”

Podemos então concluir, que o objetivo do quarto selo, é finalizar o que fez o segundo e o terceiro selo. A cavalgada destes resulta na cavalgada do quarto cavaleiro.


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QUINTO SELO: Os Mártires pedindo vingança (Apocalipse 6:9-11)

Refere-se aos que foram mortos pela perseguição de Roma pagã.

A atitude do Império Romano para a Igreja de DEUS era a de perseguidor. A pregação do Evangelho do Reino consistia numa ameaça à hegemonia de Roma, pois apresentava um Libertador, Salvador e Rei, nosso SENHOR JESUS CRISTO: ver (João 19:12,15). A história registra dez grandes perseguições com Dez Imperadores. São Eles: Nero, Domiciano, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio, Sétimo Severo, Décio, Valeriano e Diocleciano, numa época que se inicia em 64 D.C. e vai até pôr volta de 313. Um período de perseguição sob Diocleciano é conhecido na história como “Era dos Mártires.”

Convém deixar bem elucidado, que estes mártires são da época do Império Romano Pagão, identificado no Livro de Apocalipse como; “a besta que subiu do mar.”

O versículo 10 diz: “E Clamavam com grande voz, dizendo: até quando, ó verdadeiro e Santo Soberano, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?”

Mas como os mártires pediam vingança se estavam mortos? É bom saber que eles não estavam e não estão no céu, mas clamam como o sangue de Abel: (Gênesis 4:10 e Hebreus 11:4). Como a pedra na parede: (Habacuque 2:11). Como o salário dos trabalhadores: (Tiago 5:4).

A resposta dada foi: “E foi-lhes dito que repousassem ainda por pouco tempo, até que se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos, como também eles foram. (V.11).

Podemos então entender que no futuro haveria outros mártires e estes os do Sacro Império Romano, identificado no Apocalipse como “A besta que subiu da terra”. Em ambas as fases, o Império Romano perseguiu os Santos, fazendo um número incontável de mártires. (Apocalipse 15:2 e 20:4).

Dez tremendas perseguições se fizeram à Igreja; calcula-se em alguns milhares os mártires, homens, mulheres e crianças, lançados as feras, queimados vivos, crucificados, decapitados, de toda maneira sacrificados ao ódio da população ou à crueldade dos Imperadores. Para excitar contra os Cristãos o ódio da população caluniavam-nos, dizendo que eles rodeavam de mistério o seu culto porque o celebravam com práticas horríveis, tais como o sacrifício de crianças, cujo sangue bebiam. (História Geral – pg. 136 – Jose Silva e J.B.D.Penna).

SEXTO SELO – (Apocalipse 6:12-17) - Um Grande Tremor na Terra: Revela um período de consternação, revolução e instabilidades no mundo. E a adoção do Cristianismo pelo Império Romano.

A conversão de Constantino ao Cristianismo é tida como uma das revoluções mais importante da História. Roma passou a ter uma nova vestimenta: agora religiosa cristã. Na verdade, a cristianização de Roma feita no quarto século, foi uma saída eficiente para manter a unidade política do próprio Império.

Alguns pensam que este selo seja uma referência ao terremoto de Lisboa, ocorrido em 1º de novembro de 1755, ligado ao dia escuro de 1833. Outros afirmam ser o período pré-armagedom [...]


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[...] em momentos que precede a volta de CRISTO. Porém, o sexto selo não pode ser assim entendido pelas seguintes razões:

a) Quando é aberto o sétimo selo soam as sete trombetas e pelos fatos que elas revelam, é impossível que os mesmos aconteçam por estes tempos.

b) Se é assim, a vingança de DEUS sobre o Império Romano ficou exclusivamente para o dia de CRISTO, não acontecendo nada antes que pudesse ser entendido pôr vingança. É bom lembrar que Roma teve duas fases: Pagã e Cristã. Os juízos de DEUS que já vimos foram sobre Roma Pagã.

c) A expressão “DIA DO SENHOR” na Bíblia, não é aplicada somente a volta de CRISTO, mas pode significar também um período de revolução e agitações no mundo. Vejamos este exemplo: A tomada de Babilônia pelos Medos, descrita em (Isaías cap. 13).

Verso..6: Tida como dia do Senhor
Verso..10: As estrelas, a lua e o sol não brilharam
Verso..11: DEUS faria cessar a arrogância dos ímpios
Verso..13: Os céus estremeceriam
Verso..13: Seria o dia da ardente ira do SENHOR

E com todos estes sinais, Isaías não descreve a volta de CRISTO, mas a queda de Babilônia, pois os versos 1e17 relatam: “Oráculo a cerca de Babilônia, o qual viu Isaías, filho de Amóz. Vede, EU despertarei contra eles os medos, que não farão caso da prata, nem tampouco desejarão ouro”. O leitor poderá examinar e constatará que ele realmente mostra a queda de Babilônia.

“Nenhum acontecimento teve tão grande consequências, nem determinou tão profundas transformações sociais, como a vitoria do Cristianismo, base da civilização moderna. Após três séculos de liberdade para seu culto; e, depois, com Teodósio, a oficialização de sua religião no Império”. (História Geral – pg.134, José Silva e J.B.D.Penna).

RESUMO DOS SETE SELOS (D.C.)

Primeiro selo (Idade áurea do Império Romano (96 a 180).
Segundo selo (Cem anos de guerra civil (192 a 300).
Terceiro selo (A fome sendo consequência da guerra).
Quarto selo (A morte como consumação dos juízos).
Quinto selo (Os mártires pedem vingança).
Sexto selo (Cristianismo a Religião do Império (313).
Sétimo selo (As sete trombetas).

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